As doenças cardíacas designam todas as alterações patológicas que afetam o coração e os vasos sanguíneos e são muito frequentes nas pessoas mais idosas. Conheça as principais doenças cardíacas que afetam as pessoas idosas e proteja o seu estado geral de saúde.
Com o passar da idade, existem várias doenças cardíacas que o podem afetar. Das mais conhecidas, destacam-se as seguintes:
A insuficiência cardíaca
A insuficiência cardíaca é uma condição na qual o coração não consegue bombear sangue suficiente para todos os locais do corpo. Quando uma pessoa sofre uma insuficiência cardíaca, isso não é sinal de que o seu coração parou ou está prestes a deixar de funcionar, mas sim que não consegue bombear o sangue da maneira mais eficaz.
A insuficiência cardíaca desenvolve-se ao longo do tempo, principalmente quando a ação de bombear o sangue do coração fica mais fraca. Pode afetar o lado esquerdo, lado direito ou ambos os lados do coração. A maioria das vezes envolve o lado esquerdo, onde o coração não consegue bombear o sangue oxigenado. Quando acontece do lado direito, é sinal de que o coração não consegue bombear o sangue de forma eficiente para os pulmões, onde o sangue capta oxigénio.
O enfraquecimento da capacidade de bombeamento do coração provoca:
- Armazenamento de sangue e líquidos nos pulmões
- Acumulação de líquidos nos pés, tornozelos e pernas
- Cansaço e falta de ar
A hipertensão arterial
A hipertensão arterial é um dos problemas de saúde mais comuns do século XXI. A sua designação revela uma leitura elevada da pressão do sangue que corre no interior do coração e das artérias. Para esta caracterização, consideram-se valores de tensão arterial sistólica superiores ou iguais a 140 mmHg (milímetros de mercúrio) e/ou valores de tensão arterial diastólica superiores a 90 mmHg. A pressão arterial ideal é de 120/80 mmHg.
Quando os valores das “máximas” estão alterados, diz-se que o paciente sofre de hipertensão arterial sistólica; quando apenas os valores das “mínimas” se encontram elevados, o paciente sofre de hipertensão arterial diastólica. A primeira é mais frequente em idades avançadas.
A hipertensão arterial é conhecida como a assassina silenciosa porque, geralmente, não apresenta qualquer tipo de sintomas. Algumas pessoas não sabem que a têm e, na maioria das vezes, só a descobrem quando surge algum problema com o coração, cérebro ou rins. Quando a hipertensão arterial não é encontrada e tratada, ela pode causar:
- O alargamento do coração, o que pode conduzir a uma insuficiência cardíaca.
- A formação de pequenos aneurismas nos vasos sanguíneos. As localizações mais comuns são na principal artéria do coração (a aorta), nas artérias do cérebro e na artéria que conduz ao baço.
- O estreitamento dos vasos sanguíneos nos rins, o que pode conduzir a uma insuficiência renal.
- O endurecimento das artérias do coração, cérebro, rins e pernas. Esta situação pode causar um ataque cardíaco, derrame cerebral, insuficiência renal ou amputação de parte da perna.
- O sangramento dos vasos sanguíneos dos olhos, o que pode causar alterações na visão.
Quais são os fatores de risco
As pessoas que cuidam de idosos devem estar particularmente atentas aos possíveis sinais que podem surgir. Existem alguns fatores de risco que conduzem à hipertensão arterial. São eles:
- Excesso de peso
- Idade (homens com mais de 45 anos e mulheres com mais de 55)
- Consumo excessivo de sal e de álcool
- Sedentarismo
- Falta de exercício físico
- Má alimentação
- Tabagismo
- Stress
- Determinados medicamentos
Como prevenir a hipertensão arterial
Para manter as suas pressões sanguíneas inferiores aos 140/90 mmHg (130/80 mmHg, se tiver diabetes ou alguma doença renal crónica) é necessário adotar hábitos saudáveis, como:
- Seguir uma dieta saudável e equilibrada. Este regime alimentar implica a ingestão de alimentos saudáveis como frutas, vegetais e laticínios magros. Tenha em atenção que deve cortar radicalmente com o sal e com o sódio na sua alimentação.
- Perder o excesso de peso e ficar com o peso recomendado de acordo com a sua altura.
- Ser fisicamente ativo. Atualmente, existem vários passatempos ativos para idosos, como nadar, caminhar, dançar, entre outros que lhe permitem manter uma boa saúde física. Praticar regularmente exercício físico. Existem vários exercícios físicos para idosos, mas os mais apropriados são osexercícios aquáticos e os exercícios de ioga, pois trabalham de uma forma mais eficaz as articulações do corpo.
- Parar de fumar imediatamente.
- Limitar a ingestão de álcool.
O colesterol elevado
Se o seu pai idoso tem os níveis de colesterol muito elevados, isso é sinal de que a qualquer momento ele pode sofrer um Acidente Vascular Cerebral (AVC) ou um ataque cardíaco.
O colesterol é uma gordura essencial para o bom funcionamento do corpo humano e apresenta duas origens diferentes: uma parte produzida pelo próprio organismo, em particular pelo fígado, e outra parte obtida através da alimentação, em particular pela ingestão de produtos animais, como a carne, os ovos, e os produtos lácteos.
O colesterol produz hormonas, vitamina D e substâncias que ajudam a digerir os alimentos. No entanto, o organismo humano precisa apenas de uma pequena quantidade de colesterol para satisfazer as suas necessidades.
Tipos de colesterol
O colesterol circula na corrente sanguínea através de pequenos pacotes conhecidos como lipoproteínas. Estas lipoproteínas podem ser consideradas altas, baixas ou muito baixas de acordo com a proporção de proteína e gordura de cada uma.
Lipoproteínas de baixa densidade (LDL): Estas lipoproteínas são conhecidas como o “mau” colesterol, uma vez que se depositam nas paredes das artérias, provocando aterosclerose. Quanto mais elevadas forem as LDL na corrente sanguínea, maior é a possibilidade de desenvolver uma doença cardíaca.
Lipoproteínas de alta densidade (HDL): São lipoproteínas “boas”, uma vez que elas são responsáveis pela limpeza das artérias. Quanto mais altas forem as HDL, menor é a possibilidade de desenvolver uma doença cardíaca.
Lipoproteínas de muito baixa densidade (VLDL): São lipoproteínas muito semelhantes às LDL, mas contêm mais gorduras e menos proteínas.
Triglicéridos: Trata-se de um outro tipo de gordura que circula na corrente sanguínea e está ligada à VLDL. O que mais contribui para o desenvolvimento dos triglicéridos são os alimentos excessivamente ricos em calorias, como os açúcares e o álcool.
O que provoca o colesterol elevado
Existe um elevado número de fatores que afeta e determina os níveis de colesterol no sangue de um idoso. Dos mais importantes, destacam-se os seguintes:
A alimentação de um idoso
O consumo excessivo de gordura saturada e de colesterol eleva os níveis de colesterol. Para que um idoso se alimente corretamente, é preciso que ele evite o consumo de gorduras de origem animal, como as carnes gordas, o queijo, gemas de ovos e a comida plástica que é servida nos restaurantes de fast food.
A ingestão de gorduras saturadas
A ingestão de gorduras saturadas aumenta as LDL, mais do que qualquer outra coisa numa dieta, o que conduz ao elevado colesterol.
O excesso de peso
Estar acima do peso recomendado aumenta o colesterol. Para que tal não aconteça, deve controlar o peso ao reduzir os níveis de colesterol das LDL e ao elevar as HDL.
A falta de exercício físico
A falta de exercício físico regular pode conduzir ao aumento de peso e este aumenta o seu nível de colesterol. Existem muitas atividades físicas que poderá realizar e ao fazê-las estará a diminuir o seu nível de LDL e a aumentar as HDL.
A hereditariedade
Uma condição hereditária genética (hipercolesterolemia familiar) resulta em níveis muito elevados de colesterol LDL. Começa muito cedo e pode resultar num ataque cardíaco numa idade muito precoce.
A idade e o sexo
Na puberdade, os homens têm níveis mais baixos de HDL do que as mulheres. No entanto, com o passar dos anos, e à medida que o corpo envelhece, os níveis de colesterol LDL sobem substancialmente. As mulheres mais jovens têm menores níveis de colesterol LDL do que os homens mas, após os 55 anos de idade, a situação altera-se e as mulheres ficam com os níveis mais elevados.
O acidente vascular cerebral (AVC)
Um AVC é uma doença provocada por um distúrbio na corrente sanguínea de uma parte do cérebro devido à oclusão ou rutura de um vaso sanguíneo. A interrupção da corrente sanguínea priva o cérebro de nutrientes e oxigénio, o que resulta na lesão das células na zona do cérebro afetada.
Quais os sintomas de um AVC
Os sintomas de um AVC incluem:
- Dormência ou fraqueza súbita, especialmente num lado do corpo
- Confusão, problemas na fala e na compreensão da fala
- Problemas de visão num ou nos dois olhos
- Dificuldade em caminhar
- Tonturas, perda de equilíbrio e de coordenação de movimentos
- Dores de cabeça muito fortes sem uma causa aparente
O tratamento para combater um AVC pode ser mais eficaz se for dado rapidamente. Existem duas formas de AVC: o AVC isquémico – quando existe um bloqueio de um vaso sanguíneo que irriga o cérebro; o AVC hemorrágico – quando um sangramento ocorre no interior ou ao redor do cérebro.
Qual é o seu prognóstico?
O AVC é uma doença do cérebro que pode afetar o corpo inteiro. O ataque cerebral provoca frequentemente a paralisia completa de um lado do corpo, isto é a hemiplegia. Tenha em atenção que um derrame cerebral pode causar problemas com o pensamento, consciência, atenção, aprendizagem, memória e julgamento. Muitas vezes, as pessoas que sobrevivem a um AVC têm problemas de compreensão e formação do discurso. É de realçar que cerca de 25% das pessoas que conseguem recuperar de um AVC, podem sofrer um outro num curto espaço de 5 anos.
Quais os fatores de risco para um AVC
Existem determinados fatores que contribuem para um AVC. Dos mais importantes, destacam-se os demais:
A hipertensão arterial
Para diminuir as altas pressões do sangue que corre no interior do coração e das artérias, é preciso fazer uma dieta saudável e equilibrada, manter um peso saudável e fazer muito exercício físico.
O tabaco
Deve deixar de fumar imediatamente. Existe auxílio médico que o ajuda a deixar de fumar de uma vez por todas. Consulte o seu médico de família.
As doenças do coração
O seu médico de família pode ajudá-lo a controlar e a tratar uma doença cardíaca ao receitar medicamentos que previnem a formação de coágulos.
Os sinais de alerta de um ataque cardíaco
Os sinais de alerta mais comuns de um ataque cardíaco são:
- Dor ou desconforto no peito. Este desconforto ou dor dura alguns minutos e causa uma enorme pressão no peito
- Desconforto na parte superior do corpo nos braços, costas, pescoço, queixo ou estômago
- Pode ter falta de ar antes de sentir algum desconforto no peito
- Náuseas (sensações de dor de barriga) e/ou vómitos
- Vertigens ou desmaios
- Suores frios
Fonte: http://cuidamos.com/artigos/doencas-cardiacas-terceira-idade