Hipertensão arterial: riscos e prevenção

Celebrado a 7 de Abril, o Dia Mundial da Saúde assinala o aniversário da Fundação da Organização Mundial da Saúde (OMS) instituída em 1948. A cada ano é eleito um tema focado numa área de preocupação de saúde pública no mundo e, em 2013, o tema eleito foi o aumento da pressão arterial. Conheça os principais riscos da hipertensão arterial e como evitá-los.

O que é a hipertensão arterial?

Em termos fisiológicos, a pressão arterial alta, também conhecida como hipertensão, é uma doença crónica causada por um aumento da pressão sanguínea sobre as artérias, levando o coração a fazer um esforço maior para que o sangue circule nos vasos sanguíneos.

Embora afete mais de 1 em cada 3 adultos em todo o mundo, este é um problema que permanece, muitas vezes, dissimulado. O facto de ser, em grande parte dos casos, assintomático (não causar sintomas característicos) leva a que muitas pessoas não saibam que possuem pressão arterial alta. Como consequência, é responsável por mais de 9 milhões de mortes por ano, sendo que metade destas mortes é por doença cardíaca e derrame cerebral.

Assim, tem-se constatado que valores elevados da pressão arterial aumentam o risco de acidentes cardiovasculares, derrames e insuficiência renal. Em casos extremos, pode também causar cegueira, arritmias (perturbações no ritmo cardíaco) e insuficiência cardíaca.

Pressão sistólica vs pressão diastólica

Na medição da pressão sanguínea existe a pressão sistólica e a pressão diastólica que corresponde, respetivamente, ao período em que o coração está contraído e relaxado.

A Sociedade Europeia e a Sociedade Brasileira de Hipertensão e Cardiologia atribuíram classificações da hipertensão arterial, de acordo com intervalos de valores das pressões sistólicas e diastólicas, conforme apresentado no quadro que se segue.

Sociedade Europeia de HipertensãoSociedade Europeia de Cardiologia Sociedade Brasileira de HipertensãoSociedade Brasileira de CardiologiaSociedade Brasileira de Nefrologia

Pressão Sistólica

(mmHg)

Pressão Diastólica

(mmHg)

Ótima Ótima

Menor que 120

Menor que 80

Normal Normal

120-129

80-84

Normal alta Limítrofe

130-139

85-89

Hipertensão de grau I Hipertensão de estágio I

140-159

90-99

Hipertensão de grau II Hipertensão de estágio II

160-179

100-109

Hipertensão de grau III Hipertensão de estágio III

Maior que 180

Maior que 110

Hipertensão sistólica isolada Hipertensão sistólica isolada

Maior que 140

Menor que 90

Quadro 1: Valores de referência das pressões sistólicas e diastólicas.

 

Principais fatores de risco

Os valores de referência das pressões sistólicas e diastólicas não devem ser assimilados de forma estática, dado que o intervalo de valores normais pode sofrer variações de acordo com a idade, sexo, atividade física, historial familiar (dado a hipertensão ser herdada dos pais em 90% dos casos) e a presença de fatores de risco. Assume-se como fatores de risco: hábitos de tabagismo, consumo de bebidas alcoólicas, obesidade, stress, grande consumo de sal, níveis altos de colesterol, presença de diabetes, falta de atividade física. Neste sentido, de modo a prevenir ou tratar a pressão arterial elevada, devem ser evitados estes mesmos fatores de risco, nomeadamente através da adoção de comportamentos saudáveis. No caso de hipertensão de grau I, II ou III, geralmente é iniciado um tratamento farmacológico de forma a diminuir o risco cardiovascular.

Sabe-se ainda que é maior a incidência de hipertensão na raça negra, que esta aumenta com a idade, é maior entre homens com idade inferior a 50 anos e mulheres com idade acima dos 50 anos. Na faixa dos 20 e 30 anos, 1 em cada 10 pessoas possui pressão arterial alta, sendo que na faixa dos 50 anos a proporção é de 5 em cada 10 pessoas.

Segundo dados fornecidos pela Organização Mundial de Saúde em 2008, em Portugal, 41.8% da população com mais de 25 anos possuía pressão arterial elevada. Um número bastante semelhante, quando comparado com os 42.3% apresentados pela população brasileira – valores altos, uma vez que representam quase metade da população.

Como evitar a hipertensão?

Para contornar este problema de saúde pública, torna-se importante que cada um tome consciência das causas e consequências da hipertensão, verifique a pressão arterial frequentemente, siga os conselhos dos profissionais de saúde e, sobretudo, adote um estilo de vida saudável.

Para além de evitar os fatores de risco, também é importante adotar um comportamento preventivo, começando pela medição regular da pressão arterial. Esta pode ser avaliada num consultório médico recorrendo, tradicionalmente, a um esfigmomanómetro analógico e estetoscópio, em farmácias ou até mesmo em casa, através de esfigmomanómetros digitais.

Recentemente, com a revolução dos dispositivos móveis, inúmeras aplicações têm surgido, de modo a auxiliar no registo de dados médicos. Aplicações para o registo de valores da pressão sistólica e diastólica também já se encontram disponíveis, possibilitando ao utilizador uma melhor monitorização e acompanhamento dos seus níveis de pressão arterial. É exemplo a aplicação Pressão Arterial QuickLog.me disponível para iPhone, que se apresenta como uma app bastante intuitiva e simples de usar.

Fonte: http://cuidamos.com/artigos/hipertensao-arterial-riscos-prevencao

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